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27 de jan. de 2010

Despertar, para poder dormir de novo.(parte 1)


5 horas da manhã, era a rodovia entre a cidade da Bahia com João Pessoa, um ônibus parado no acostamento, perto de uma floresta que faz parte da mata atlântica, se não me engano pelo que vi, o ônibus não era adequado para viagens, era um onibus clandestino azul celeste, pneus carecas, calotas brancas totalmente sujas de barro, cadeiras de couro marrom desbotadas e algumas rasgadas mostrando uma espuma amarelada. O ônibus quase tombando para a mata com a porta do motorista aberta, dentro havia duas pessoas e eu suposta mente, uma estava no fundo do onibus deitada sobre duas cadeiras, coberta em um lençol branco com bolinhas azuis, seu corpo todo coberto, ate mesmo seu rosto e a outra, um rapaz que estava no meio do onibus do lado direito, voltado pra mata, com sua cabeça cortada e encostada no vidro.

Fora do ônibus tinha três pessoas ou  ate mesmo mais perto da mata, não consegui ver o rosto de nenhuma delas, foi tudo muito rápido, mas parecia tudo tão real, me senti como se estivesse lá realmente, afinal não tem como esquecer aquela parte da BR que liga a Bahia com  João Pessoa, lembro que fui la em 2007 em uma viagem de campo com minha turma no fim do meu ensino médio, paramos la para tirar uma fotos da vista, foi muito engraçado.


Não consigo tirar a mancha de sangue no vidro do ônibus, que vinha da cabeça daquele cara, a luz do sol que refletia na janela daquela lata velha era tão forte que em vez de destacar o rosto do cara, o escondia ainda mais, a voz que vinha de fora do ônibus era uma gargalhada que me deu arrepios, fiquei paralisado, e acordei, não sou de lembrar os meus sonhos, mas foi tão real e estranho ao mesmo tempo.

'Nossa cara que sonho sinistro, estou viajando ate agora, com o que você me contou, essas coisas, são do nosso inconsciente talvez ele queira lhe dizer algo'

'Se ele que me dizer algo não faz diferença eu preso aqui mano, preso nessa porra de hospital, com essa comida ''deliciosa'' e meu grande companheiro de quarto que ronca que é uma beleza'

'Veja o lado bom(abrindo um sorriso sarcástico) pelo menos você está bem, não esta em um onibus clandestino, com uma cabeça cortada, no meio do nada'

'Antes la do que aqui Antônio, falando em cabeça cortada estarei
daqui a pouco com uma'



'Mas quando voltar não vai estar em um ônibus Johnny !'



'Boa Antônio dessa eu gostei'.



'Eu sei mas você vai ficar bem aqui sozinho?Ate a hora da cirurgia?'



'Pode deixar, eu estava aqui sozinho quando vim no estava?! '



'verdade'



(Antônio se retira da sala se despedindo de seu amigo Johnny)



'É Antônio quem não estarei em um ônibus, mas poderem estar em um caixão...'



( Um som de uma enfermeira vagueia pelo quarto de Johnny, Dr.Chavier, compareça a sala de cirurgia...)



Dr.Chavier, compareça a sala de cirurgia...Dr.Chavier, compareça a sala de cirurgia...



É... antes lá do que aqui.(com um sorriso sarcástico maior que o de Antônio)


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