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13 de ago. de 2010

Para meus amigos sem muito mistério.

Em um lugar sem muito mistério aprendi o que era sonhar, aprendi o que era ter tempo sem precisar para-lo.

Em um lugar sem muito mistério presenciei lideres nascendo e outros sendo engolidos por dragões.

Vi vagabundos virarem gênios, e gênios virando vagabundos, mas no final os dois continuaram sendo vagabundos geniais e geniais vagabundos.

Em um lugar sem muito mistério conheci crianças com pensamentos de velhos, mesmo assim com jeitos de crianças.

Entendi que mesmo em assuntos sérios, chatos, tristes, importantes, um sorriso pode vim discreto e mesmo assim contagiar o ambiente inteiro.

Em um lugar sem muito mistério onde se melar de graxa era natural, e limpar a mão na parede ou na blusa do outro mais natural ainda, descobri o que é saudade.

Descobri que o tempo que perdi jogando bola, sujando o meu pé de areia, fazendo bolinha de papel foi tão pequeno, tão pequeno que eu queria voltar no tempo pra fazer mais destas coisas.

Para honrar meu manto sagrado, ou vestir a camisa do meu time preferido que nem mesmo time era, para perceber que todas as pessoas que desperdiçaram o seu tempo naquela época comigo, são lembrados até hoje, por todas as paredes e corredores, pelo gramado, pela quadra azul que não era piscina, pela piscina que não era quadra, pelas pessoa que ainda trabalham, pelos que ainda estudam  só resta um vazio. Sei que essas essas pessoas deste lugar sem muito mistério, serão personagem de livros, musicas, peças, desenhos, contos, crônicas, poemas, desenhos animados, pinturas, fotografias, histórias, capa do jornais, governantes, presidentes, embaixadores, revolucionários, pais de familia, mães etc.

Era-mos como se fosse um time all-star implacável, uma banda de rev metal, um grupo de circo como o circo de soleil, que como tudo que é bom de mais é temporário, o tempo de sonhos acabou. Mas não, não seremos esmagados pelo sistema de trabalhadores brasileiro massivos desse país que não valoriza seus profissionais.

Hoje quando passo por pessoas daquele tempo e vejo rapazes e senhoritas, futuros doutores e doutoras, senhores e senhoras, correndo apressados, em um oi, oi, apertos de mãos rápidos e voltando a se apressar, mas assim que quando passo por cada um sempre olho para trás e encontro um sorriso um grito, um algo mais, a pressa some e a conversa continua, o ônibus, prova, aula que fique para trás.

Onde quer que essas pessoas estejam, sei que não serão meros trabalhadores, meros artistas, todos eles, ou melhor a grande maioria porque nem todos eram imperfeitos como nós, para esses imperfeitos, malucos, desertores, não desertores, perdidos, todos esses se serão meu orgulho.

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