Nesse palco, não tem mágica,
No nosso teto, não tem trapezista
O leão esta com preguiça
Seu domador foi pro dentista
No globo da morte ninguém se arrisca
Acabou-se o milho da pipoca
O elefante perdeu a memória
Apaguem as luzes, fechem as cortinas, o palhaço já foi embora, a graça acabou,
as crianças estão mudas, seu pais estão com raiva.
O malabarista quebrou o braço
A contorcionista tem hérnia
Cadê o macaco numa hora dessas?
As facas do atirador estão para lavar
E sua mulher não para de girar
Os anões estão em greve, até que o mestre seja solto, dizem que o zangado é o criminoso.
Mas pra mulher barbada não fica só o desgosto, a lei tem que ser cumprida.
E eu nisso, como é que fica ?
Onde onda o equilibrista?
Escutando Elis Regina!
Podem ir embora, a coxia ficou vazia
O engolidor de espadas ficou com azia
E o de fogo queimou a boca.
O Homem foguete perdeu o capacete.
Apaguem as luzes, fechem as cortinas, o palhaço já foi embora, a graça acabou.
-Não, ainda estou aqui.
-Desculpa, não sabia que ainda tinha alguém na platéia
-Eu não estou sozinho, todos nós ainda estamos aqui.
As luzes se apagaram, as atrações acabaram, não tem ninguém no palco. O circo está acabado.
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