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Dançando se foi sem medo, das minhas mãos.
Não toco mais em teus cabelos.
Perdi-te em um beijo amargo, já injuriado por varias amarguras.
Ora eis tu divina lua, oras eis bonita estrela distante.
O que tens de mim é cólera.
Afasta-te de mim, corre, foge, então somes.
Afasta-te de mim, pois tua cólera ainda me sangra.
Corri, desembestado ao encontro de vós estrela,
Que me jogou uma carta de mentiras, e asneiras,
Tolo como sempre fui.
Acreditei mais uma vez.
Corri desembestado, pra provar da ultima mentira de vez.
Cadente tu virastes, mas desejo nenhum eu soltei.
Nenhuma vela eu soprei, nem um pedido roguei.
Jogado aos porcos fui.
Olharam-me como um mero coitado.
Morto seria se ajoelhado tivesse a vós.
Dei minha vida apagada, mil vezes a vossa estrela bonita.
Maravilhosa lua.
O que fizestes a mim?
Eu que limpei tuas lágrimas, que cuidei de tuas feridas,
Diminui a tua febre, te abracei na loucura.
E o que me destes ó bela estrela?
Traíste-me.
****
Eu plebeu cresci com nobres,
Mas nobre não era.
Lutei com eles, na primeira linha de batalhas e de guerras.
Sobrevivi, e aclamado fui.
Ganhei meu lugar em Ágora,
Por astúcia, não por tolices.
Mesmo sendo pobre,
Os Heróis me tratam como igual em nobresa.
Nunca fui ferido, nem cortado,
Nem sangrado.
Amaldiçoado fui, bruxaria fizeram-me.
E sempre de pé fiquei.
Mas vós bonita estrela, vós que sempre cativei.
Feriu-me pior que flechas e lanças,
Açoitou-me, flagelou-me.
Cuspiu-me.
Então de mim afasta-te, pois vossa cólera ainda me sangra.
Meu lugar em Ágora, tirado foi.
De astuto, virei tolo.
Não tenho espólios,
Toda minha Honra virou Vergonha
****
E até a mais bela das flores,
Me quer distante.
Flor que me curou da tua primeira flechada,
Que sarou a minha febre.
Uma flor, que mesmo estando na terra.
É mais distante que a Lua,
Mais distante que vossa estrela.
Somes, corra, afasta-te,
Nomeia pro teu reinado,
Qualquer nobre.
Aqueça vosso leito com quem quiseres.
Mas deixe-me em paz.
Pois Cólera por ti ainda tenho,
Ainda Sangra-Me.
Segues com vossa escolha,
Assumes vossa decisão.
Pois de vós não quero mais nada,
Além de cólera, e silencio.
***
Seguirei minha jornada,
Seguirei minha jornada,
Passando pelo Hades.
Rogarei para Atenas e Apolo,
Que dos Deuses ainda me guardam.
Como disse o forte Ajax,
De fronte com o Genioso Odisseu,
Atenas sempre protege os Seus.
É com Atenas que eu vou, atrás da flor.
Pelo sol guiado por Apolo.
Flor que está distante,
Flor que Sara qualquer ferida vossa.
Flor que esperança meu peito roga.
É pela Flor que dobrarei meus joelhos.
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