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24 de jan. de 2011

Olhando para o nada

As vezes fico assim, olhando para o nada, pessoas ao meu redor dando risada, mulheres encantadoras vestidas de luto, fumando um cigarro e olhando para mim, pessoas perguntando o que estou pensando, sem fazerem idéia de que até eu fico sem pensar. Na verdade uma das coisas que mais gosto é não pensar em nada, me torna mais perto de algo divino, me torna um verme antes de ser esmagado, como pode um mundo cheio de atrocidades ou mundo artrose, cheio de problemas, preconceitos, alguém não pensar em nada? Inseto você não merece viver.

Se eu disser que não é rezando que se aproxima de Deus? E sim sendo vazio, até chegar a plenitude?!

Eu já fui um pecador, eu já fui o mocinho de um filme rotatório, já provei do pão e do vinho, mais isso não me levou a nada, na verdade levou-me, a uma angustia de abandonar o certo por algo tradicional o que me arrependo até hoje. Iludir alguém que salvar uma vida é errado, que prevenir doenças é pecado, que expor seu pensamento livremente pode ser um erro fatal, porque a igreja não aceita.

O que eu mais gosto é não pensar em nada, é deitar no travesseiro com a mente vazia e continuar assim, nem meditando monges conseguem o que consigo.

Depois de uma noite como poucas na minha vida.

Em uma noite de chuva, com pessoas não selecionadas, visitamos o antigo PIER, ficamos no Bahamas que estava fechado, sentamos nas cadeiras onde fica o musico, fizermos uma roda, paraense, pessoenses e um amigo nosso frances (meio psicopata), conversamos sobre nada, olhávamos para nada.

A maré estava cheia, as ondas batia na encosta, resolvi descer e ficar nas pedras, me chamaram de louco, as ondas quebravam em mim agora, e voltei a pensar.

Lembrei dos pescadores de sargaço que passavam horas em cima do PIER e não pescavam nada, da gaita que joguei no mar com raiva por estar desafinada, dos meus amigos malucos que se jogaram lá de cima, de minha tristeza agora por não ter feito esse grande ato.

Da moça que tocava violino, de um pierrot bebendo vinho.

Lavei minha alma, dessa vez joguei fora os pesos das minhas costas que me desafinavam.

Lembrei que não sou vazio.

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