Nunca me esquecerei daqueles meninos com pés molhados.
Com pés molhados, pisando em um gramado verde,
Correndo atrás de uma bola como se estivessem em uma guerra.
Onde os que caiam eram levantados por seus inimigos.
Fazendo com que a guerra continuasse sua perdura.
Saudade daqueles meninos, daquela grama, da bola, e de ser levantado quando caia.
Saudade dos que me tratavam como igual, me olhavam como
igual.
Repartir o pão é fácil, difícil é entregar a parte mais
macia.
O manto preto ainda queima em meu peito,
Como o sabor da água de coco daquele coqueiro.
Que falta dos poetas, dos atores, dos músicos e compositores
que me rodeavam.
Na grama que lutávamos ninguém mais pisa.
O nosso coliseu foi demolido, o passado nos foi tirado.
Nossos versos, nossas musicas, nossas prosas e discussões, o
passado nos foi tirado.
Nossos traços dos desenhos estão desbotados.
O corredor não é mais o mesmo sem nossos gritos,
Hoje apenas me emudeço, em cada canto que passo,
Vem um lamento e um sorriso, dos meus fantasmas que estão
vivos.
Dos meus grandes amigos.
Machine
Nº 40
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