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12 de jul. de 2012

D'artagnan


Faz muito tempo que eu não escrevo para você, faz muito tempo que não nos falamos, não sei como você está, mas espero que esteja bem.
Lembrei-me de você de uns dias pra cá, daquele soco que eu te dei perto do posto e de como me senti um monstro depois, queria que você soubesse que foi dolorido para mim também.
Lembrei-me da promessa que fiz depois, percebi que não funcionou não é verdade?
Lembrei também das nossas lutas de esgrima, e do quanto você odiava perder, principalmente quando eu usava minha mão direita.
E das competições de corrida que fazíamos contra o ônibus, lembro-me de quando ganhei do ônibus pela primeira vez, até o motorista não acreditou. E você ficou espantado.
Cara, como você se metia em confusão. Sempre era assim não era?
Você se metia em confusão, apanhava, e eu tinha que bater neles e depois em você. A gente não fugia, só íamos em frente, era engraçado. Aqueles gritos altos correndo para frente, gritos mais de medo do que de outra coisa.
Nunca imaginei que aquele dia da padaria seria o inicio de algo ruim, eu realmente não queria ter apresentado algumas pessoas que apresentei para você.
Eu queria ter ido com vocês cara, mas se eu tivesse ido não seria diferente seria? Afinal Dude também estava lá, e ele continua aqui. Só você que não está mano. Só você que não estar.
Às vezes eu penso que se eu tivesse feito algo diferente, se eu não tivesse dado aquele soco, acho que você estaria aqui.
Sinto falta daqueles tempos, não só eu, como todos que nós convivemos.
Às vezes eu ficava olhando as pessoas pela janela e via você passar, e via outras pessoas passarem, acho que foi nessa época que você foi se afastando.
Quando eu voltava da escola, minha mãe dizia que você tinha passado me chamando, e você dizia que depois passava de volta.
Até que você começou a passar, e passar sem mais me chamar, e com olhos vermelhos.
Queria pedir desculpas, por não estar quando você me chamava, ou por não ter saído mais como antes fazia.
Queria que você não tivesse raiva de mim, eu posso estar sendo muito hipócrita em dizer isso agora, mas precisava de mim onde eu estava. Precisavam de mim, e eu era o único que sabia disso.
As pessoas não lembram os grandes feitos dos outros, só os próprios.
Não tem nenhuma vez que eu passe naquela rua e lembre de todo mundo que viveu lá.
Acho que não precisam de mim mais, não como precisavam antes, mas não sou eu o único que sei disso, elas também sabe.
Você lembra-se do cara da goiabada? Pois é briguei com ele de novo, e dessa vez eu resolvi deixar pra lá, ele vem piorando a cada dia. Me da nojo conversar com ele, ou escutar alguma coisa que ele diz.
Acho que eu estou perto de formar meu rumo, aprendi a cozinhar, e melhorar minha gororobas que fazia, tenho phd em fazer sanduiches.
Já assistisse os três mosqueteiros?
Os três mosqueteiros, na verdade eram quatro... D'artagnan

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